sábado, 18 de dezembro de 2010

SAGA INJUSTA E DESUMANA

Em que pese a irresponsabilidade daqueles que fazem “pegas” com carro pelas avenidas e ruas de nossa cidade, é impossível aceitar todo e qualquer tipo de explicação por parte de quem quer que seja, inclusive, do poder público, para a injusta e triste saga de uma família, quando o caso se refere à assistência de saúde e esse problema coloca em risco de morte , principalmente, o cidadão honesto e trabalhador. Vivi momentos de angústia e impotência, juntamente com um casal conhecido, na luta para a busca de assistência médico-hospitalar para o filho que sofrera grave acidente na última sexta-feira, 17/12. O trabalho dos paramédicos foi excelente, diria quase perfeito, se a todo esforço feito por eles, no sentido de salvar a vida do jovem, se juntasse a eficiência do atendimento ao público por parte do Estado. Como disse, a parte voluntária fez tudo que seria da obrigação dos órgãos públicos, porém a falha e a ineficiência ficaram justamente com aquele que tem a obrigação de proteger o cidadão. Mas não foi o que aconteceu. Pelo contrário, a demora em dar um tratamento e um encaminhamento adequados ao caso causou medo e indignação a todos os presentes,porque a situação exigia urgência para evitar o óbito e minimizar o sofrimento e angústia de todos que acopanhavam o caso. Após decisão médica acertada para que o paciente fosse encaminhado para BH, onde o tratamento seria com mais segurança e eficiência, pois a cidade ainda nao dispõe de recursos para tratar do quadro de saúde que o jovem paciente apresentava, a saga triste e desumana em que a família se envolveu tornava-se ainda mais dramática, pois haveria necessidade de, depois de arrumada a UTI Móvel, a presença de um médico para o remanejamento até aquela cidade.Aí que o Estado deveria entrar com mais responsabilidade e menos burocracia e nao foi issso que aconteceu e mais uma vez, o contribuinte se viu refém de um Estado capenga e inoperante, visto que o único médico que poderia fazer o acompanhamento necessitaria de uma autorizaçao, porque naquela madrugada fazia plantão no hospital, nao podendo, portanto, sair do local. Momentos de agonia foram vividos por todos nós presentes e numa madrugada fria como se já não bastasse o nosso sofrimento pelo ocorrido. Várias foram as tentativas para encontrar esse médico acompanhante e exigido pelo sistema, para que o transporte do paciente fosse feito com mais segurança, em caso de agravamento de saúde do mesmo durante o percurso. Após muitos contatos e tentativas para se encontrar um médico acompanhante, uma outra pessoa que, juntamente conosco, acompanhava o caso, pediu a intereferência de um vereador para que tudo se resolvesse. Tudo em parte, pois essa nao deveria ser a função de um vereador, porque esse caso foi, embora com muito atraso e por causa de uma burocracia desnecessária,resolvido. E as outras dezenas,centenas de casos que já vieram e estão por vir?.E tudo se resolveu, não sem antes, causar tristeza e medo em todos nós que temíamos pela vida do adolescente. Mais triste ainda foi constatar que, devido à inoperância do Estado, o nosso sistema de saúde realmente está doente e sem perspectiva de cura, pois a enfermidade está naquele que deveria cuidar e, com muita responsabilidade, da saúde do povo.

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