domingo, 27 de junho de 2010

Forasteiro falastrão

Não obstante ser muito seletivo nas minhas leituras de livros, jornais e revistas e exibições de rádio,tv e internet, confesso que, mesmo indiretamente, procuro saber o que se apresenta para a comunidade por meio da imprensa local falada e escrita .E isso se deve ao fato de que para a função que exerço são criadas demandas que me chamam a opinar sobre tudo ou, pelo menos, quase tudo que é ouvido, visto e vivido.Sou educador e convivo diariamente com cerca de duas mil pessoas diretamente. Mais da metade delas se compõe de adolescentes que pedem respostas para quase tudo que lhes são apresentados. Há pouco tempo, um aborígene falastrão e veborrágico aterrou por aqui e, com "panca" de locutor, assumiu, de forma irresponsável, o microfone de uma rádio para atirar por todos os lados.Não tive ainda a triste missão de ter que ouvi-lo, mas pessoas muito ligadas a mim disseram que esse locutor deve ser "maluco ou descompensado" de alguma forma, pois o que fala e como fala causa arrepios até aos mais despudorados dos seres. Preocupo-me com essa situaçao, porque esse apresentador vai ao ar em um horário permitido para todas as faixas etárias.Portanto seria de bom tom que ele, tendo a oportunidade de falar para a nossa gente, o fizesse de maneira responsável, respeitosa e com próposito de informar,esclarecer e, acima de tudo, educar, formando opiniões e não usando de sofismas para induzir o outro a erros. Outro dia, chegou até mim que esse radialista disse coisas horríveis sobre os educadores. Profissão essa para qual ele não estaria apto a exercer, por se tratar de uma função nobre e assim deve ser ministrada e, com certeza, ele teria dificuldades para isso por nao ter o principal ingrediente que é a educação no trato com a língua, órgão do aparelho fonador mesmo, porque provou e continua provando que nao consegue administrar a própria língua,falando demais e,como disse acima, usando de veborragia e beirando ao desrespeito.A situação ficou tão delicada que medidas no âmbito policial e podendo chegar à Justiça não são descartadas, pois outros seguimentos da sociedade estão sendo fortemente atacados, o Legislativo, por exemplo, e a fala do radialista chega a ser imprópria para o horário. Caso isso ocorra, será apenas mais uma denúncia para se juntar a outros tantos processos que, segundo informações levantadas,correm contra ele no âmbito da Justiça de onde veio,ou seja,Itabira.

Políticos que agem pelo avesso...

É incrível a capacidade que certos políticos têm para fazer tudo pelo avesso. Vou explicar: num momento em que se fala e necessita tanto da valorização do funcionário da Educação e, em especial do Magistério,a Secretaria da Educação de João Monlevade aparece com um projeto, no mínimo obsceno, que em nada valoriza a categoria e ainda retira daquele que está pensando em se tornar professor, o estímulo para se enveredar pela carreira. Primeiro, faz como todo mundo está fazendo Brasil afora, que é incorporar, isso mesmo, a atitude que está na moda agora é incorporar os penduricalhos e, no caso de João Monlevade, criar o subsídio parcial( ah!, vale lembrar que se lê o S dessa palavra como se lê o de subsolo, ou seja, som de S mesmo, nada de ficar zumbindo por ai afora, lendo com som de Z,ok?).Retiram tudo e colocam num salário base que de base não tem nada, pois esse nao consegue sustentar nada, não serve de sustentação pra nada, depois, acaba com o benefício por insalubridade, o pó de giz,incorporando-o também ao chamado salário base. O que resta então? Bem, pelo projeto, volto a dizer obsceno, restam o repouso remunerado e o anuênio. Este só o tem quem já está trabalhando há mais de um ano e tem que ser efetivo. Portanto, quanto mais velho de casa melhor será a merreca e para o outro que quer iniciar a carreira e quiser receber a sua merreca terá que trabalhar alguns longos anos e, digo, efetivo e tendo sido aprovado em concurso.Coisa de político apenas, pois administrador de verdade pensa e age diferente e sempre ao lado do progresso o que nao é o nosso caso ainda,pelo menos para o lado de cá. Para finalizar,tenho a dizer apenas que contra a verdade não há argumentos.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Faltou habilidade ao Anastasia...

O governo perdeu uma boa oportunidade de fechar um acordo razoável com o sindicato. Bastava manter os quinquenios dos servidores mais antigos, antecipar a implantação das tabelas para setembro de 2010, garantir o reajuste anual de salários, manter os percentuais de mudança de nivel e grau do atual plano de carreira, e posicionar os servidores antigos com um salário correspondente ao percentual acumulado de gratificações sobre o vencimento inicial da nova tabela. Acima de tudo, respeitar a entidade sindical que negociava com o governo. Não houve habilidade nem sensibilidade.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A nova mídia e o tempo

Esse tema ganha relevância ao considerarmos que a indústria da mídia engatinha no seu desenvolvimento digital, e quem não se levantar para andar vai perder a corrida. O tempo está cada vez mais curto, o que exige mais rapidez na construção desse outro modelo, no qual as ferramentas de interação dão o tom. As comunidades virtuais formam-se e fundam-se numa maneira distinta de ver, escrever, interagir e aprender.Mas,para a nova mídia funcionar como tal, não basta o banner arquitetado com a mais recente das tecnologias, que o faz pular, dançar, abrir-se, tocar música, derramar-se, desconstruir-se, alongar-se e implorar por um "clique aqui". Pouco valem mensagens em forma de "links patrocinados", no aparente lugar e momento certo, pouco valem as malas diretas eletrônicas, se tudo isso não vier transmudado sob novos valores. Nada conseguirá o devido retorno na nova mídia, se os conteúdos continuarem a ser transferidos como se o modo como chega ao destinatário não tiver efeito sobre a própria mensagem.

sábado, 5 de junho de 2010

Avenida em festa...

A avenida Gétulio Vargas estava, hoje, em festa. Afinal, os passantes daqui e de outras localidades transitavam pra lá e pra cá sem sequer se lembrar do frio que doía os ossos daqueles mais friorentos.Mesmo aqueles que suportam o frio, com certeza, estranharam a baixa temperatura, aproximadamente 13ºC.Mas nada que tirasse os ânimos e a vontade dos transeuntes de ir à compras, fazer foot ou até mesmo ganhar um autógrafo das Panicats. Havia pessoas, brincadeiras, manhã de autografos, motoqueiros com suas máquinas ruidosas e sem falar nas músicas com uma profusão de ritmos e letras. Havia de tudo e para todos os gostos. Ah, um detalhe: há anos morando aqui, no coração desta minha querida cidade, não tinha visto nada igual noutros tempos. Acho que a duplicação com fortes indícios de desenvolvimento campeia por aqui. Essa tão alarmada duplicação anda preocupando muita gente e a mim também. Preocupações legítimas, pois irá mexer nao só com a economia, como também com outras questões tão delicadas para o convivio em sociedade, inclusive, o próprio seguimento social que anda capenga, porque pouco tem se investido nessa área. Como educador e funcionário das duas redes públicas, ando muito preocupado e receoso pelas demandas que hão de chegar caso se confirme o tão propalado investimento. Sou testemunha de que para se conseguir vagas em escolas de 1º e 2º graus , por aqui, carece de sorte e quando não de uma mãozinha política, pois a oferta ainda é escassa para quem vem de fora e principalmente na proporção que se imagina e tanto alardeiam.Resta-nos, portanto, contar com a competência e vontade política de nossos administradores e governantes para que o desenvolvimento venha com a denominação de "ecologica e socialmente correto". Afinal, não basta apenas investir e sim, como e onde investir e isso tem sido "questão de vestibular" para os nosso políticos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

LIMITES - linha ou ponto divisório; linha de demarcação etc


O limite entre o público e o privado

O que importa apenas à intimidade pessoal e o que pode e/ou deve ser levado ao convívio social? E mais:o que,da privacidade dos pais, é interessante compartilhar com os filhos – e vice-versa - e o que seria mais adequado ser levado apenas às pessoas de mesma geração, como amigos ou companheira(o), por exemplo? Hoje, o limite entre vida privada e vida pública está tão confuso que fica complicado, porque não dizer difícil, responder sem pestanejar a essas questões. E é bom lembrar que a educação que damos a filhos e alunos é marcada por essas questões.
Quem nunca observou casais de jovens –novos até – em um relacionamento que caberia bem melhor em local privado por ser considerado íntimo? E, em geral, a reação que temos ao testemunhar esse tipo de cena é a de moralizar o comportamento dos jovens. É fácil dizer ou pensar nessa hora, que eles não sabem respeitar o publico, que não têm vergonha, etc.
Adulto adora moralizar o comportamento de jovens e nem sempre se dá conta de que o que eles fazem foi a eles ensinado por nós, de um jeito ou de outro. Por exemplo: qual a diferença entre assisti a uma cena mais ousada entre dois adolescentes que agem assim em pleno espaço público e ouvir, em situação semelhante, uma briga de casal que se desenrola pelo celular ou numa mesa de bar? Aliás, quem é que já não teve que compartilhar conversas íntimas em situações desse tipo? E o mais interessante é que o constrangimento fica mais por conta de quem ouve do que de quem vive a cena, não é verdade?
Bem, mas como tem sido bem difícil aos adultos construir e delimitar a privacidade, do mesmo modo tem sido difícil saber como e o que ensinar aos filhos a esse respeito.
Para ilustrar isso, darei um exemplo de uma mãe que me procurou juntamente com sua filha de 14 anos, que, ao ser interpelada pela mãe sobre um possível namoro “escandaloso” na rua, perguntou pra mãe se o que fizera seria diferente do que ela (mãe) e seu pai faziam também. A mãe disse que não, eles faziam coisas desse tipo e outras, só que essas cenas de intimidade eram compartilhadas no quarto do casal. Embora a intenção dessa mãe tenha sido boa, querendo dar uma lição de privacidade, passar para a filha a idéia de que há coisas que não se fazem na frente dos outros, já que interessam apenas aos envolvidos, é preciso lembrar que uma boa intenção nem sempre toma a forma de uma boa ação. O que a mãe conseguiu agindo como agiu foi expor a intimidade dela e do marido à filha, mesmo que com palavras. Ela não se deu conta - justamente pela confusão em q vivemos - que intimidade não se restringe ao que se vê,mas ao que se ouve também. Ela não se deu conta de que há um limite entre a vida do casal e a dos filhos que deve ser preservado,mesmo com custo.
Quando a interpelei lembrando que ela poderia te respondido à filha que esse assunto não era da conta dela, ela reagiu com veemência dizendo que não queria de modo algum, ser uma mãe autoritária.
E aí nos defrontamos com outra confusão típica de nossos dias. Afinal qual é a fronteira entre relações mais democráticas, considerando-se a tarefa educativa dos pais?
Ainda aproveitando o exemplo dado, podemos vislumbrar uma pista. Pais autoritários não permitiriam ao filho que se abordasse o assunto “sexo” com eles. Pais mais democráticos aceitam, sim, dialogar sobre o tema, mas numa abordagem sócio-cultural e não da intimidade da vida de cada um. E é bom lembrar que o inverso também tem acontecido; muitos pais extrapolam seu papel e sua tarefa educativa quando esmiúçam a vida íntima dos filhos. E nem adianta usar o argumento da necessidade de orientação: é perfeitamente possível orientar os filhos sem ter de saber detalhes da vida sexual ou amorosa deles.
Vale ressaltar que, apesar de o tema ter sido abordado no âmbito das relações humanas, serve também para as nossas funções trabalhistas e políticas. Inclusive na política, que anda muito vulnerável, devido à existência, via de regra, de atitudes e comportamentos nada éticos de muitos políticos como vem sendo demonstrado ao longo desses quinhentos anos de Brasil.

ESCLARECIMENTO SOBRE A GREVE DA EDUCAÇÃO

Como membro da diretoria do Sind-Ute – subsede desta cidade, vou relatar através do texto produzido por mim e endossado por todos os professores e professoras com os quais me reuni durante a semana passada, os motivos e circunstâncias que nos levaram a deflagrar a greve em nosso município, em consonância com o comando de greve Estadual. Ressalte-se que a leitura do texto não objetiva convencer ou persuadir ninguém. Esse texto tem por objetivo apenas relatar situações realmente vividas pela categoria e à luz da racionalidade e sem conotação outra que não seja uma política pela Educação de qualidade.

Os ataques covardemente desferidos contra a categoria e o pensamento simplista, quando não tendencioso, de que a greve dos Educadores de Estado é política, forçaram-me a vir aqui para dizer que concordo sim, que não só essa greve como todas as outras que foram deflagradas e outras futuras, serão políticas. Afinal, o termo política incorpora acepções que vão muito além das questões partidárias a que aludiram o jornalista, Thiago Moreira, e outras pessoas. Os Mestres deste rico Estado esperaram, por questão de educação, confiança neste governo e respeito ao prazo (31/12/2009) que a Lei do Piso determinou para a implantação do piso a partir deste ano, mas não foi o que aconteceu. O fato de a greve ter sido declarada ilegal não quer dizer, em momento algum, que não seja justa e muito menos seja partidária. O governo do Aécio/Anastasia teve tempo suficiente (mais de dois anos) para fazer uma reestruturação na carreira do magistério, propiciando, assim, por mérito dos Mestres e obrigação legal, não só um salário digno, como também, escolas com estruturas físicas adequadas e estruturas didático-pedagógicas para assegurar a boa qualidade no processo ensino-aprendizagem. E não o fez porque não quis, não achou relevante nem essencial fazê-lo, só viu a sua essencialidade, na hora de entrar com recurso para tornar a greve ilegal, mesmo que o item Educação não conste como serviço essencial na Carta Magna. A luta dos Mestres é justa e merece respeito, visto que se faz necessária para melhoria do ensino no nosso Estado, cujo governo paga hoje um dos piores salários do Brasil, mesmo estando entre as três maiores economias da nação.

Digo mais: venho acompanhando em todos os jornais notícias que me interessam. São vários temas, mas um, obviamente, desperta a minha atenção: desvio de verba da Educação. Tema com reportagens recorrentes e pelo Brasil afora, e muito me admira que até hoje ninguém tenha sido preso por isso. Depois somos obrigados a escutar que “quando um aluno é reprovado, é sinal que o professor falhou”.

Nunca ouvi um grande entendido em educação dizendo que a Câmara falhou, prefeito (a) falhou, secretário (a) de educação falhou, o Ministério Público falhou, a justiça falhou… São todos insuspeitos defensores da educação para todos. Então, caros jornalista e pessoas que o acompanham, recomendo que ao falar para essa classe sofrida, que o faça com cautela, respeito e responsabilidade, procurando, inclusive, conhecer as duas redes públicas - Estadual e Municipal - que temos em nossa cidade e fazer um paralelo entre elas. Assim, verão que têm sido levianos e covardes nos ataques, pois a rede Municipal, mesmo não atendendo como deveria, ganha da do Estado e, de longe, quando o assunto é compromisso com a Educação de qualidade, além de o contracheque municipal, que também e apesar de não contemplar o piso, superar, e muito, o do Estado, embora a verba seja proveniente do mesmo caixa, ou seja, o FUNDEB.

Vale ressaltar ainda, que a revista Carta Capital já deu informação de desvios de verba, há vários meses, e só agora, no corrente mês, foi confirmado pelo MEC e, com especial atenção ao desvio maior, oriundo do Estado de São Paulo –cerca de 700 milhões - e ninguém deu a menor importância. Por coincidência, os três principais estados acusados de sonegação eram Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. E para finalizar, diferente do que você, caro jornalista, disse, a Coordenadora do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, em momento algum, chamou o deputado Mauri Torres para uma negociação. Afinal, isso se não é, deveria ser obrigação dele como parlamentar e, em especial, como líder do governo no Legislativo, visto que ele votou contra todas as emendas que melhorariam o projeto imoral e desrespeitoso do qual o Governador forçou a aprovação naquela casa. Acredito que esse momento para ele, Mauri Torres, seja de reparo pelo crasso erro que cometeu ao rejeitar emendas de relevância que, com certeza, tornaria o projeto original mais democrático e condizente para uma classe que não tem mais a quem recorrer.