domingo, 27 de junho de 2010
Forasteiro falastrão
Políticos que agem pelo avesso...
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Faltou habilidade ao Anastasia...
segunda-feira, 7 de junho de 2010
A nova mídia e o tempo
sábado, 5 de junho de 2010
Avenida em festa...
quinta-feira, 3 de junho de 2010
LIMITES - linha ou ponto divisório; linha de demarcação etc
O limite entre o público e o privado
Quem nunca observou casais de jovens –novos até – em um relacionamento que caberia bem melhor em local privado por ser considerado íntimo? E, em geral, a reação que temos ao testemunhar esse tipo de cena é a de moralizar o comportamento dos jovens. É fácil dizer ou pensar nessa hora, que eles não sabem respeitar o publico, que não têm vergonha, etc.
Adulto adora moralizar o comportamento de jovens e nem sempre se dá conta de que o que eles fazem foi a eles ensinado por nós, de um jeito ou de outro. Por exemplo: qual a diferença entre assisti a uma cena mais ousada entre dois adolescentes que agem assim em pleno espaço público e ouvir, em situação semelhante, uma briga de casal que se desenrola pelo celular ou numa mesa de bar? Aliás, quem é que já não teve que compartilhar conversas íntimas em situações desse tipo? E o mais interessante é que o constrangimento fica mais por conta de quem ouve do que de quem vive a cena, não é verdade?
Bem, mas como tem sido bem difícil aos adultos construir e delimitar a privacidade, do mesmo modo tem sido difícil saber como e o que ensinar aos filhos a esse respeito.
Para ilustrar isso, darei um exemplo de uma mãe que me procurou juntamente com sua filha de 14 anos, que, ao ser interpelada pela mãe sobre um possível namoro “escandaloso” na rua, perguntou pra mãe se o que fizera seria diferente do que ela (mãe) e seu pai faziam também. A mãe disse que não, eles faziam coisas desse tipo e outras, só que essas cenas de intimidade eram compartilhadas no quarto do casal. Embora a intenção dessa mãe tenha sido boa, querendo dar uma lição de privacidade, passar para a filha a idéia de que há coisas que não se fazem na frente dos outros, já que interessam apenas aos envolvidos, é preciso lembrar que uma boa intenção nem sempre toma a forma de uma boa ação. O que a mãe conseguiu agindo como agiu foi expor a intimidade dela e do marido à filha, mesmo que com palavras. Ela não se deu conta - justamente pela confusão em q vivemos - que intimidade não se restringe ao que se vê,mas ao que se ouve também. Ela não se deu conta de que há um limite entre a vida do casal e a dos filhos que deve ser preservado,mesmo com custo.
Quando a interpelei lembrando que ela poderia te respondido à filha que esse assunto não era da conta dela, ela reagiu com veemência dizendo que não queria de modo algum, ser uma mãe autoritária.
E aí nos defrontamos com outra confusão típica de nossos dias. Afinal qual é a fronteira entre relações mais democráticas, considerando-se a tarefa educativa dos pais?
Ainda aproveitando o exemplo dado, podemos vislumbrar uma pista. Pais autoritários não permitiriam ao filho que se abordasse o assunto “sexo” com eles. Pais mais democráticos aceitam, sim, dialogar sobre o tema, mas numa abordagem sócio-cultural e não da intimidade da vida de cada um. E é bom lembrar que o inverso também tem acontecido; muitos pais extrapolam seu papel e sua tarefa educativa quando esmiúçam a vida íntima dos filhos. E nem adianta usar o argumento da necessidade de orientação: é perfeitamente possível orientar os filhos sem ter de saber detalhes da vida sexual ou amorosa deles.
Vale ressaltar que, apesar de o tema ter sido abordado no âmbito das relações humanas, serve também para as nossas funções trabalhistas e políticas. Inclusive na política, que anda muito vulnerável, devido à existência, via de regra, de atitudes e comportamentos nada éticos de muitos políticos como vem sendo demonstrado ao longo desses quinhentos anos de Brasil.
ESCLARECIMENTO SOBRE A GREVE DA EDUCAÇÃO
Como membro da diretoria do Sind-Ute – subsede desta cidade, vou relatar através do texto produzido por mim e endossado por todos os professores e professoras com os quais me reuni durante a semana passada, os motivos e circunstâncias que nos levaram a deflagrar a greve em nosso município, em consonância com o comando de greve Estadual. Ressalte-se que a leitura do texto não objetiva convencer ou persuadir ninguém. Esse texto tem por objetivo apenas relatar situações realmente vividas pela categoria e à luz da racionalidade e sem conotação outra que não seja uma política pela Educação de qualidade.
Os ataques covardemente desferidos contra a categoria e o pensamento simplista, quando não tendencioso, de que a greve dos Educadores de Estado é política, forçaram-me a vir aqui para dizer que concordo sim, que não só essa greve como todas as outras que foram deflagradas e outras futuras, serão políticas. Afinal, o termo política incorpora acepções que vão muito além das questões partidárias a que aludiram o jornalista, Thiago Moreira, e outras pessoas. Os Mestres deste rico Estado esperaram, por questão de educação, confiança neste governo e respeito ao prazo (31/12/2009) que a Lei do Piso determinou para a implantação do piso a partir deste ano, mas não foi o que aconteceu. O fato de a greve ter sido declarada ilegal não quer dizer, em momento algum, que não seja justa e muito menos seja partidária. O governo do Aécio/Anastasia teve tempo suficiente (mais de dois anos) para fazer uma reestruturação na carreira do magistério, propiciando, assim, por mérito dos Mestres e obrigação legal, não só um salário digno, como também, escolas com estruturas físicas adequadas e estruturas didático-pedagógicas para assegurar a boa qualidade no processo ensino-aprendizagem. E não o fez porque não quis, não achou relevante nem essencial fazê-lo, só viu a sua essencialidade, na hora de entrar com recurso para tornar a greve ilegal, mesmo que o item Educação não conste como serviço essencial na Carta Magna. A luta dos Mestres é justa e merece respeito, visto que se faz necessária para melhoria do ensino no nosso Estado, cujo governo paga hoje um dos piores salários do Brasil, mesmo estando entre as três maiores economias da nação.
Digo mais: venho acompanhando em todos os jornais notícias que me interessam. São vários temas, mas um, obviamente, desperta a minha atenção: desvio de verba da Educação. Tema com reportagens recorrentes e pelo Brasil afora, e muito me admira que até hoje ninguém tenha sido preso por isso. Depois somos obrigados a escutar que “quando um aluno é reprovado, é sinal que o professor falhou”.
Nunca ouvi um grande entendido em educação dizendo que a Câmara falhou, prefeito (a) falhou, secretário (a) de educação falhou, o Ministério Público falhou, a justiça falhou… São todos insuspeitos defensores da educação para todos. Então, caros jornalista e pessoas que o acompanham, recomendo que ao falar para essa classe sofrida, que o faça com cautela, respeito e responsabilidade, procurando, inclusive, conhecer as duas redes públicas - Estadual e Municipal - que temos em nossa cidade e fazer um paralelo entre elas. Assim, verão que têm sido levianos e covardes nos ataques, pois a rede Municipal, mesmo não atendendo como deveria, ganha da do Estado e, de longe, quando o assunto é compromisso com a Educação de qualidade, além de o contracheque municipal, que também e apesar de não contemplar o piso, superar, e muito, o do Estado, embora a verba seja proveniente do mesmo caixa, ou seja, o FUNDEB.
Vale ressaltar ainda, que a revista Carta Capital já deu informação de desvios de verba, há vários meses, e só agora, no corrente mês, foi confirmado pelo MEC e, com especial atenção ao desvio maior, oriundo do Estado de São Paulo –cerca de 700 milhões - e ninguém deu a menor importância. Por coincidência, os três principais estados acusados de sonegação eram Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. E para finalizar, diferente do que você, caro jornalista, disse, a Coordenadora do Sind-Ute, Beatriz Cerqueira, em momento algum, chamou o deputado Mauri Torres para uma negociação. Afinal, isso se não é, deveria ser obrigação dele como parlamentar e, em especial, como líder do governo no Legislativo, visto que ele votou contra todas as emendas que melhorariam o projeto imoral e desrespeitoso do qual o Governador forçou a aprovação naquela casa. Acredito que esse momento para ele, Mauri Torres, seja de reparo pelo crasso erro que cometeu ao rejeitar emendas de relevância que, com certeza, tornaria o projeto original mais democrático e condizente para uma classe que não tem mais a quem recorrer.