domingo, 19 de setembro de 2010

Que venha a primavera...

Cansado de ler e escrever todos estes últimos dias as mesmas coisas. Manhã de domingo, tempo nublado, ruas desertas. Dá até para ouvir o barulho dos passarinhos, vindo da área verde em frente a minha casa, por isso fui inspirado a mudar de assunto e escrever sobre essa, que acredito ser a mais bela das estações.Nao obstante, claro, gostar de todas.
Vamos ao assunto: Se nenhum fato novo acontecer, se depois de cada noite raiar um novo dia, na próxima semana teremos uma boa novidade. Esta escrito lá: à 00h09 desta quinta-feira ,23 de setembro,chegará a primavera.
Alegrai-vos! Todo inverno um dia chega ao fim e toda mudança de estação é um bom motivo para renovar as esperanças e mudar velhos hábitos. Sejamos poéticos, portanto: é tempo do amor e da flor, de voltar às praias, às caminhadas e às academias, fazer planos para as férias, cuidar do jardim, dar um beijo de surpresa, respirar fundo e sentir que continua vivo.
Céticos e diabéticos, jovens tristes e idosos sapecas, moças recém-casadas ou encalhadas, candidatos em dificuldades ou artistas em decadência, crianças santinhas ou capetas, gordos e magros, carecas e cabeludos, fumantes e não-fumantes, boêmios e abstêmios, humildes e fanfarrões, preparem seus corações.
Ipês de todas as cores enfeitam as ruas, falta pouco para a primavera chegar.
Como nem tudo é perfeito, os médicos alertam nesta época do ano para os riscos da rinite alérgica provocada pela polinização das flores, que pode provocar tosse, espirro e coriza. Toda beleza, todo bem, toda alegria, como sabemos, tem seu preço. Vale a pena pagar para ver. Que venha a nova estação trazendo um ar mais respirável e almas mais leves.
Boa primavera e bom domingo a todos.

Vacinação antirrábica

Apesar de eu ter resolvido levar meu "rapazinho", Ataulfo, (para quem não sabe, é um Lord felino finlandês)para tomar a vacina antirrábica, apenas após a divulgação da decisão do Ministerio da Saúde sobre quais lotes da vacina teriam causado a morte de cães e gatos Brasil afora, estou indignado com a irresponsabilidade do Gustavo Prandini em relaçao à vacina contra raiva para os bichinhos.Isso é grave e beira à loucura para os dias de hoje.Primeiro, a campanha acontece normalmente no mês de agosto e,só agora, na segunda quinzena de setembro, ela se efetiva e, segundo,porque a iniciativa nao veio acompanhada da devida atenção no que diz respeito à divulgação, pois muitos donos de animais nao ficaram sabendo.Isso é grave porque traz grande perigo para medida de prevençao na área da saúde pública e o prefeito parece nao saber disso.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Santa Laranja

Em meio a mais uma crise anual (pessoal) dessas ITE's (faringites, rinites, etc) percebo a força da laranja.
Que potência nos dá pelo gole contínuo de seu suco. Sentimos imediatamente uma recuperação palatal e aos poucos parece recompor toda a musculatura que trisma na febre, na dor e no calor.
Corizas se vão...tosse suspendida...recomposição requerida.
Ainda mais interpõe um campo de proteção que pode nos manter na sanidade permitida para o convívio urbano e insalubre. Viva a laranja!
Queria ter uma forma mais tênue para retirar da mesma o bom, o forte, o necessário. Ledo pensamento! Precisamos espremê-la. Retirar o supra sumo máximo significa deixá-la exposta ao nada...ao simples conteúdo de casca (azêda) e ao bagaço...remete-se provavelmente ao lixo.
Obrigado minha laranja. Desculpas por não respeitar tua estrutura, tua forma, tua essência.
Talvez a humanidade faça isso sempre...com as coisas (pessoas?) que apresentem algo de bom...que possa dar algum usufruto...que seja útil...que seja interessante.
A sugação cosmopolita...a centrífuga força da destruição de essências, corpos, seres...
Em que caminho estamos? Do sabor ou do (des)sabor? Da beleza da natureza ou da feiura da usurpação?
Por enquanto, agradeço pelo meu suco.

Será que estamos todos esperando Godot?

"Esperando Godot foi escrita pelo dramaturgo irlandês Samuel Becket em 1949, sendo que suas duas personagens são dois maltrapilhos, Vladimir e Estragon. Eles passam durante todo o tempo da peça embaixo de uma árvore, esperando por esse tal Godot, que não se define bem quem ou o que realmente seria, apenas que ele ou este lhe traria a esperança de dias melhores. Mas ele não apareceu, a espera se tornara infrutífera".
Obviamente que essa peça pode adquirir contornos individuais, e cada um pode interpretá-la de forma individual. Mas a esperança, creio eu, é um valor individual. Todos nós, independente de tempo e espaço, acreditamos em um acontecimento ou pessoa que venha a modificar a nossa pequena vida, e os métodos pelos quais esse fato ocorreria são também únicos. Durante toda a história Godot adquiriu roupagem diversa. Poderia-se dizer que durante o Feudalismo ele se travestiu na promessa do servo que almejava adquirir a sua liberdade e deixar de depender do seu senhor, sem ter de lhe pagar altas taxas e se manter preso a um sistema social arcaico e de papéis sociais bem definidos. Durante a Revolução Industrial Godot apareceu para os operários como uma esperança de salários e condições de trabalho dignas, em que, se não se obtivesse riqueza, ao menos os trabalhadores ganhassem o suficiente para assegurar-lhes uma existência digna. Já durante a Revolução Russa de 1917 se acreditava que Godot (inconscientemente) apareceria com uma nação sem disparidades sociais, em que tanto o jardineiro quanto o alto empresário tivessem os mesmos reconhecimentos e igualdade perante a lei e o governo.
Enfim, o mais interessante nisso tudo é o que esperamos, sempre, durante toda a nossa vida. Sonhos, ilusões, utopias, ideologias, ou simplesmente crenças religiosas. Todas elas tem por fim nos fazer crer em algo. Dinheiro, filhos saudáveis, família feliz, êxito profissional, justiça social, o fim da guerra no Iraque, igualdade entre os sexos, aquisição da casa própria, o tapamento do buraco da rua onde moramos, o reprise na televisão daquele filme que adoramos, aquele produto top de linha na loja do shopping, enfim, nossos desejos são realmente das mais variadas naturezas e nenhum deve ser encarado com pequenez em detrimento de outros. São os sonhos também que fazem de nós ser o que somos, e são eles também que nos mantém, em certo grau, a continuar vivendo.
Eu também tenho o meu Godot, é claro. Quando adolescente, acreditava que poderia usar o meu pretenso talento com as palavras na transformação de uma sociedade mais igualitária, sem tantas desigualdades sociais. Obviamente queria por consequência um rendimento que me proporcionasse uma vida confortável e com acesso aos produtos que almejo ou mesmo necessito. Mas o tempo passa, e muitas vezes a vida nos encaminha por vertentes diferentes daquela que nos moveu anteriormente. Hoje posso dizer que meus sonhos de juventude não se realizarão daquela forma, mas Godot não me desapareceu por completo. Apenas trocou de roupa. Continuo crendo na transformação social através da palavra e dos seus desdobramentos, como popularização da arte e cultura entre os homens, o que viria a torná-los mais cientes do seu papel crítico. E é isso que me mantém, mesmo com todos os pesares. Mas não sei quais serão as minhas esperanças dentro de alguns anos. Mesmo assim, continuo esperando Godot, e, enquanto existir, continuarei colocando mais um lugar à mesa e imaginando o que dialogaremos se ele finalmente aparecer. E você, o que espera dele?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O dia da Independência (7) foi comemorado com desfile cívico-militar.

O Dia da Independência (7) foi comemorado com desfile cívico-militar na avenida Getúlio Vargas passando pela Praça 7 de Setembro. A partir das 8h, escolas da rede estadual, municipal e privada, desbravadores, Guarda Municipal, grupos táticos e bandas civis percorreram a via pública que, em suas laterais, estava repleta de pessoas que assistiam à parada.
O monlevadense, apesar da turbulência e transtornos políticos em que vive, tem um sentimento cívico muito forte. O motivo disso é que Monlevade tem uma tradição nos desfiles cívicos.Estive presente no evento, prestigiando e representando a minha escola. Pude perceber, na ocasião, que o sentimento cívico era especialmente notável nas gerações mais jovens dos alunos que participaram do desfile. Nossos jovens estão mais preparados. Conhecem melhor a história de nosso país, acredito.